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--- /dev/null
+++ b/pt-br/clojure-pt.html.markdown
@@ -0,0 +1,381 @@
+---
+language: clojure
+filename: learnclojure-pt.clj
+contributors:
+ - ["Adam Bard", "http://adambard.com/"]
+translators:
+ - ["Mariane Siqueira Machado", "https://twitter.com/mariane_sm"]
+lang: pt-br
+---
+
+Clojure é uma linguagem da família do Lisp desenvolvida para a JVM (máquina virtual Java). Possui uma ênfase muito mais forte em [programação funcional] (https://pt.wikipedia.org/wiki/Programa%C3%A7%C3%A3o_funcional) pura do que Common Lisp, mas inclui diversas utilidades [STM](https://en.wikipedia.org/wiki/Software_transactional_memory) para lidar com estado a medida que isso se torna necessário.
+
+Essa combinação permite gerenciar processamento concorrente de maneira muito simples e frequentemente de maneira automática.
+
+(Sua versão de clojure precisa ser pelo menos 1.2)
+
+
+```clojure
+; Comentários começam por ponto e vírgula
+
+; Clojure é escrito em "forms" (padrões), os quais são simplesmente
+; listas de coisas dentro de parênteses, separados por espaços em branco.
+
+; O "reader" (leitor) de clojure presume que o primeiro elemento de
+; uma par de parênteses é uma função ou macro, e que os resto são argumentos.
+
+: A primeira chamada de um arquivo deve ser ns, para configurar o namespace (espaço de nomes)
+(ns learnclojure)
+
+; Alguns exemplos básicos:
+
+; str cria uma string concatenando seus argumentos
+(str "Hello" " " "World") ; => "Hello World"
+
+; Math é direta e intuitiva
+(+ 1 1) ; => 2
+(- 2 1) ; => 1
+(* 1 2) ; => 2
+(/ 2 1) ; => 2
+
+; Igualdade é =
+(= 1 1) ; => true
+(= 2 1) ; => false
+
+; Negação para operações lógicas
+(not true) ; => false
+
+; Aninhar forms (padrões) funciona como esperado
+(+ 1 (- 3 2)) ; = 1 + (3 - 2) => 2
+
+; Tipos
+;;;;;;;;;;;;;
+
+; Clojure usa os tipos de objetos de Java para booleanos, strings e números.
+; Use `class` para inspecioná-los
+(class 1) ; Literais Integer são java.lang.Long por padrão
+(class 1.); Literais Float são java.lang.Double
+(class ""); Strings são sempre com aspas duplas, e são java.lang.String
+(class false) ; Booleanos são java.lang.Boolean
+(class nil); O valor "null" é chamado nil
+
+; Se você quiser criar um lista de literais, use aspa simples para
+; ela não ser avaliada
+'(+ 1 2) ; => (+ 1 2)
+; (que é uma abreviação de (quote (+ 1 2)))
+
+; É possível avaliar uma lista com aspa simples
+(eval '(+ 1 2)) ; => 3
+
+; Coleções e sequências
+;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
+
+; Listas são estruturas encadeadas, enquanto vetores são implementados como arrays.
+; Listas e Vetores são classes Java também!
+(class [1 2 3]); => clojure.lang.PersistentVector
+(class '(1 2 3)); => clojure.lang.PersistentList
+
+; Uma lista é escrita como (1 2 3), mas temos que colocar a aspa
+; simples para impedir o leitor (reader) de pensar que é uma função.
+; Também, (list 1 2 3) é o mesmo que '(1 2 3)
+
+; "Coleções" são apenas grupos de dados
+; Listas e vetores são ambos coleções:
+(coll? '(1 2 3)) ; => true
+(coll? [1 2 3]) ; => true
+
+; "Sequências" (seqs) são descrições abstratas de listas de dados.
+; Apenas listas são seqs.
+(seq? '(1 2 3)) ; => true
+(seq? [1 2 3]) ; => false
+
+; Um seq precisa apenas prover uma entrada quando é acessada.
+; Portanto, já que seqs podem ser avaliadas sob demanda (lazy) -- elas podem definir séries infinitas:
+(range 4) ; => (0 1 2 3)
+(range) ; => (0 1 2 3 4 ...) (uma série infinita)
+(take 4 (range)) ; (0 1 2 3)
+
+; Use cons para adicionar um item no início de uma lista ou vetor
+(cons 4 [1 2 3]) ; => (4 1 2 3)
+(cons 4 '(1 2 3)) ; => (4 1 2 3)
+
+; Conj adiciona um item em uma coleção sempre do jeito mais eficiente.
+; Para listas, elas inserem no início. Para vetores, é inserido no final.
+(conj [1 2 3] 4) ; => [1 2 3 4]
+(conj '(1 2 3) 4) ; => (4 1 2 3)
+
+; Use concat para concatenar listas e vetores
+(concat [1 2] '(3 4)) ; => (1 2 3 4)
+
+; Use filter, map para interagir com coleções
+(map inc [1 2 3]) ; => (2 3 4)
+(filter even? [1 2 3]) ; => (2)
+
+; Use reduce para reduzi-los
+(reduce + [1 2 3 4])
+; = (+ (+ (+ 1 2) 3) 4)
+; => 10
+
+; Reduce pode receber um argumento para o valor inicial
+(reduce conj [] '(3 2 1))
+; = (conj (conj (conj [] 3) 2) 1)
+; => [3 2 1]
+
+; Funções
+;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
+
+; Use fn para criar novas funções. Uma função sempre retorna
+; sua última expressão.
+(fn [] "Hello World") ; => fn
+
+; (É necessário colocar parênteses para chamá-los)
+((fn [] "Hello World")) ; => "Hello World"
+
+; Você pode criar variáveis (var) usando def
+(def x 1)
+x ; => 1
+
+; Atribua uma função para uma var
+(def hello-world (fn [] "Hello World"))
+(hello-world) ; => "Hello World"
+
+; Você pode abreviar esse processo usando defn
+(defn hello-world [] "Hello World")
+
+; O [] é uma lista de argumentos para um função.
+(defn hello [name]
+ (str "Hello " name))
+(hello "Steve") ; => "Hello Steve"
+
+; Você pode ainda usar essa abreviação para criar funcões:
+(def hello2 #(str "Hello " %1))
+(hello2 "Fanny") ; => "Hello Fanny"
+
+; Vocé pode ter funções multi-variadic, isto é, com um número variável de argumentos
+(defn hello3
+ ([] "Hello World")
+ ([name] (str "Hello " name)))
+(hello3 "Jake") ; => "Hello Jake"
+(hello3) ; => "Hello World"
+
+; Funções podem agrupar argumentos extras em uma seq
+(defn count-args [& args]
+ (str "You passed " (count args) " args: " args))
+(count-args 1 2 3) ; => "You passed 3 args: (1 2 3)"
+
+; Você pode misturar argumentos regulares e argumentos em seq
+(defn hello-count [name & args]
+ (str "Hello " name ", you passed " (count args) " extra args"))
+(hello-count "Finn" 1 2 3)
+; => "Hello Finn, you passed 3 extra args"
+
+
+; Mapas
+;;;;;;;;;;
+
+; Hash maps e array maps compartilham uma mesma interface. Hash maps são mais
+; rápidos para pesquisa mas não mantém a ordem da chave.
+(class {:a 1 :b 2 :c 3}) ; => clojure.lang.PersistentArrayMap
+(class (hash-map :a 1 :b 2 :c 3)) ; => clojure.lang.PersistentHashMap
+
+; Arraymaps pode automaticamente se tornar hashmaps através da maioria das
+; operações se eles ficarem grandes o suficiente, portanto não há necessida de
+; se preocupar com isso.
+
+; Maps podem usar qualquer tipo "hasheavel" como chave, mas normalmente
+; keywords (palavras chave) são melhores.
+; Keywords são como strings mas com algumas vantagens.
+(class :a) ; => clojure.lang.Keyword
+
+(def stringmap {"a" 1, "b" 2, "c" 3})
+stringmap ; => {"a" 1, "b" 2, "c" 3}
+
+(def keymap {:a 1, :b 2, :c 3})
+keymap ; => {:a 1, :c 3, :b 2}
+
+; A propósito, vírgulas são sempre tratadas como espaçoes em branco e não fazem nada.
+
+; Recupere o valor de um mapa chamando ele como uma função
+(stringmap "a") ; => 1
+(keymap :a) ; => 1
+
+; Uma palavra chave pode ser usada pra recuperar os valores de um mapa
+(:b keymap) ; => 2
+
+; Não tente isso com strings
+;("a" stringmap)
+; => Exception: java.lang.String cannot be cast to clojure.lang.IFn
+
+; Buscar uma chave não presente retorna nil
+(stringmap "d") ; => nil
+
+; Use assoc para adicionar novas chaves para hash-maps
+(def newkeymap (assoc keymap :d 4))
+newkeymap ; => {:a 1, :b 2, :c 3, :d 4}
+
+; Mas lembre-se, tipos em clojure são sempre imutáveis!
+keymap ; => {:a 1, :b 2, :c 3}
+
+; Use dissoc para remover chaves
+(dissoc keymap :a :b) ; => {:c 3}
+
+; Conjuntos
+;;;;;;
+
+(class #{1 2 3}) ; => clojure.lang.PersistentHashSet
+(set [1 2 3 1 2 3 3 2 1 3 2 1]) ; => #{1 2 3}
+
+; Adicione um membro com conj
+(conj #{1 2 3} 4) ; => #{1 2 3 4}
+
+; Remove um com disj
+(disj #{1 2 3} 1) ; => #{2 3}
+
+; Test por existência usando set como função:
+(#{1 2 3} 1) ; => 1
+(#{1 2 3} 4) ; => nil
+
+; Existem muitas outras funções no namespace clojure.sets
+
+; Forms (padrões) úteis
+;;;;;;;;;;;;;;;;;
+
+; Construções lógicas em clojure são como macros, e
+; se parecem com as demais
+(if false "a" "b") ; => "b"
+(if false "a") ; => nil
+
+; Use let para criar amarramentos (bindings) temporários
+(let [a 1 b 2]
+ (> a b)) ; => false
+
+; Agrupe comandos juntos com do
+(do
+ (print "Hello")
+ "World") ; => "World" (prints "Hello")
+
+; Funções tem um do implícito
+(defn print-and-say-hello [name]
+ (print "Saying hello to " name)
+ (str "Hello " name))
+(print-and-say-hello "Jeff") ;=> "Hello Jeff" (prints "Saying hello to Jeff")
+
+; Assim como let
+(let [name "Urkel"]
+ (print "Saying hello to " name)
+ (str "Hello " name)) ; => "Hello Urkel" (prints "Saying hello to Urkel")
+
+; Módulos
+;;;;;;;;;;;;;;;
+
+; Use "use" para poder usar todas as funções de um modulo
+(use 'clojure.set)
+
+; Agora nós podemos usar operações com conjuntos
+(intersection #{1 2 3} #{2 3 4}) ; => #{2 3}
+(difference #{1 2 3} #{2 3 4}) ; => #{1}
+
+; Você pode escolher um subconjunto de funções para importar
+(use '[clojure.set :only [intersection]])
+
+; Use require para importar um módulo
+(require 'clojure.string)
+
+; USe / para chamar funções de um módulo
+; Aqui, o módulo é clojure.string e a função é blank?
+(clojure.string/blank? "") ; => true
+
+; Você pode dar para um módulo um nome mais curto no import
+(require '[clojure.string :as str])
+(str/replace "This is a test." #"[a-o]" str/upper-case) ; => "THIs Is A tEst."
+; (#"" denota uma expressão regular literal)
+
+; Você pode usar require (e até "use", mas escolha require) de um namespace utilizando :require.
+; Não é necessário usar aspa simples nos seus módulos se você usar desse jeito.
+(ns test
+ (:require
+ [clojure.string :as str]
+ [clojure.set :as set]))
+
+; Java
+;;;;;;;;;;;;;;;;;
+
+; Java tem uma biblioteca padrão enorme e muito útil,
+; portanto é importante aprender como utiliza-la.
+
+; Use import para carregar um modulo java
+(import java.util.Date)
+
+; Você pode importar usando ns também.
+(ns test
+ (:import java.util.Date
+ java.util.Calendar))
+
+; Use o nome da clase com um "." no final para criar uma nova instância
+(Date.) ; <a date object>
+
+; Use . para chamar métodos. Ou, use o atalho ".method"
+(. (Date.) getTime) ; <a timestamp>
+(.getTime (Date.)) ; exactly the same thing.
+
+; Use / para chamar métodos estáticos
+(System/currentTimeMillis) ; <a timestamp> (system is always present)
+
+; Use doto para pode lidar com classe (mutáveis) de forma mais tolerável
+(import java.util.Calendar)
+(doto (Calendar/getInstance)
+ (.set 2000 1 1 0 0 0)
+ .getTime) ; => A Date. set to 2000-01-01 00:00:00
+
+; STM
+;;;;;;;;;;;;;;;;;
+
+; Software Transactional Memory é o mecanismo que clojure usa para gerenciar
+; estado persistente. Tem algumas construções em clojure que o utilizam.
+
+; O atom é o mais simples. Passe pra ele um valor inicial
+(def my-atom (atom {}))
+
+; Atualize o atom com um swap!.
+; swap! pega uma funçnao and chama ela com o valor atual do atom
+; como primeiro argumento, e qualquer argumento restante como o segundo
+(swap! my-atom assoc :a 1) ; Sets my-atom to the result of (assoc {} :a 1)
+(swap! my-atom assoc :b 2) ; Sets my-atom to the result of (assoc {:a 1} :b 2)
+
+; Use '@' para desreferenciar um atom e acessar seu valor
+my-atom ;=> Atom<#...> (Retorna o objeto do Atom)
+@my-atom ; => {:a 1 :b 2}
+
+; Abaixo um contador simples usando um atom
+(def counter (atom 0))
+(defn inc-counter []
+ (swap! counter inc))
+
+(inc-counter)
+(inc-counter)
+(inc-counter)
+(inc-counter)
+(inc-counter)
+
+@counter ; => 5
+
+; Outras construção STM são refs e agents.
+; Refs: http://clojure.org/refs
+; Agents: http://clojure.org/agents
+```
+
+### Leitura adicional
+
+Esse tutorial está longe de ser exaustivo, mas deve ser suficiente para que você possa começar.
+
+Clojure.org tem vários artigos:
+[http://clojure.org/](http://clojure.org/)
+
+Clojuredocs.org tem documentação com exemplos para quase todas as funções principais (pertecentes ao core):
+[http://clojuredocs.org/quickref/Clojure%20Core](http://clojuredocs.org/quickref/Clojure%20Core)
+
+4Clojure é um grande jeito de aperfeiçoar suas habilidades em Clojure/Programação Funcional:
+[http://www.4clojure.com/](http://www.4clojure.com/)
+
+Clojure-doc.org tem um bom número de artigos para iniciantes:
+[http://clojure-doc.org/](http://clojure-doc.org/)