--- language: Lua contributors: - ["Tyler Neylon", "http://tylerneylon.com/"] filename: learnlua-pt.lua translators: - ["Iaan Mesquita", "https://github.com/ianitow"] lang: pt-br --- ```lua -- Dois hífens começam um comentário de uma linha. --[[ Adicionar dois [ ] (colchetes) criam um comentário de múltiplas linhas. --]] ---------------------------------------------------- -- 1. Variáveis e fluxo de controle. ---------------------------------------------------- num = 42 -- Todos os números são doubles. -- Não se preocupe, doubles de 64-bits contém 52 bits para -- armazenar corretamente valores int; a precisão da máquina -- não é um problema para ints que são < 52 bits. s = 'alternados' -- String são imutáveis, como em Python. t = "Aspas duplas também são válidas" u = [[ Dois colchetes começam e terminam strings de múltiplas linhas.]] t = nil -- Torna t undefined(indefinido); Lua tem um Garbage Collector. -- Blocos são representados com palavras do/end: while num < 50 do num = num + 1 -- Sem operadores do tipo ++ ou += end --Cláusula If : if num > 40 then print('over 40') elseif s ~= 'walternate' then -- ~= signfica não é igual. -- Para fazer checagem use == como em Python; Funciona para comparar strings também. io.write('not over 40\n') -- Padrão para saídas. else -- Variáveis são globais por padrão. thisIsGlobal = 5 -- Camel case é o comum. -- Como fazer variáveis locais: local line = io.read() -- Leia a proxima linha de entrada. -- Para concatenação de strings use o operador .. : print('Winter is coming, ' .. line) end -- Variáveis indefinidas são do tipo nil. -- Isso não é um erro: foo = anUnknownVariable -- Agora foo = nil. aBoolValue = false -- Apenas nil e false são do tipo falso; 0 e '' são verdadeiros! if not aBoolValue then print('twas false') end -- 'or' e 'and' são operadores lógicos. -- Esse operador em C/JS a?b:c , em lua seria o mesmo que: ans = aBoolValue and 'yes' or 'no' --> 'no' karlSum = 0 for i = 1, 100 do -- O intervalo inclui inicio e fim. karlSum = karlSum + i end -- Use "100, 1, -1" para um intervalo que diminui: fredSum = 0 for j = 100, 1, -1 do fredSum = fredSum + j end -- Em geral, o intervalo é começo, fim[, etapas]. -- Outro construtor de loop: repeat print('A estrada do futuro.') num = num - 1 until num == 0 ---------------------------------------------------- -- 2. Funções. ---------------------------------------------------- function fib(n) if n < 2 then return 1 end return fib(n - 2) + fib(n - 1) end -- Closures e Funções anônimas são permitidas: function adder(x) -- O retorno da função é criado quando adder é -- chamado, e ele sabe o valor de x: return function (y) return x + y end end a1 = adder(9) a2 = adder(36) print(a1(16)) --> 25 print(a2(64)) --> 100 -- Retornos, chamadas de funções e atribuições, todos eles trabalham -- com listas que podem ter tamanhos incompatíveis. -- Receptores incompatpiveis serão nil; -- Destinos incompatíveis serão descartados. x, y, z = 1, 2, 3, 4 -- Agora x = 1, y = 2, z = 3, e 4 é jogado fora. function bar(a, b, c) print(a, b, c) return 4, 8, 15, 16, 23, 42 end x, y = bar('zaphod') --> imprime "zaphod nil nil" -- Agora x = 4, y = 8, os valores 15...42 foram descartados. -- Funções são de primeira-classe, portanto podem ser local/global. -- Estes exemplos são equivalentes: function f(x) return x * x end f = function (x) return x * x end -- Logo, estes são equivalentes também: local function g(x) return math.sin(x) end local g; g = function (x) return math.sin(x) end -- 'local g' essa declaração de auto-referência é válida. -- A propósito, as funções de trigonometria trabalham em radianos. -- Chamadas de função com apenas um parâmetro de string não precisam de parênteses: print 'hello' -- Funciona perfeitamente. ---------------------------------------------------- -- 3. Tabelas. ---------------------------------------------------- -- Tabelas = A unica estrutura de dados composta em Lua; -- elas são matrizes associativas. -- Semelhantes aos arrays de PHP ou objetos de javascript, eles são: -- hash-lookup(chave:valor) que também podem ser usados como listas. -- Usando tabelas como dicionário / mapas: -- Dicionários literais tem strings como chaves por padrão: t = {key1 = 'value1', key2 = false} -- As chaves do tipo string podem usar notação de ponto,semelhante a javascript: print(t.key1) -- Imprime 'value1'. t.newKey = {} -- Adiciona um novo par chave/valor. t.key2 = nil -- Remove key2 da tabela. -- Qualquer notação literal (não-nulo) pode ser uma chave: u = {['@!#'] = 'qbert', [{}] = 1729, [6.28] = 'tau'} print(u[6.28]) -- imprime "tau" -- A correspondência de chave é basicamente o valor para números -- e strings, mas por identidade para tabelas. a = u['@!#'] -- Agora a = 'qbert'. b = u[{}] -- Nós esperavamso o resultado 1729, mas ele é nil: -- b = nil já que a busca falha. Ela falha -- porque a chave que usamos não é a mesma que o objeto -- como aquele que usamos para guardar o valor original. Por isso -- strings & numeros são chaves mais recomendadas. -- Uma chamada de função de apenas um paramêtro de tabela, não precisa de parênteses: function h(x) print(x.key1) end h{key1 = 'Sonmi~451'} -- Imprime 'Sonmi~451'. for key, val in pairs(u) do -- Iteração de tabela. print(key, val) end -- _G é uma tabela especial que guarda tudo que é global. print(_G['_G'] == _G) -- Imprime 'true'. -- Usando tabelas como listas / arrays: -- Listas literais com chaves int implícitas: v = {'value1', 'value2', 1.21, 'gigawatts'} for i = 1, #v do -- #v é o tamanho de v print(v[i]) -- Índices começam em 1 !! MUITO LOCO! end -- Uma 'list' não é um tipo real. v é apenas uma tabela -- com chaves int consecutivas, tratando ela como uma lista. ---------------------------------------------------- -- 3.1 Metatabelas e metamétodos. ---------------------------------------------------- -- Uma tabela pode ter uma metatabela que fornece à tabela -- um compotamento de sobrecarga de operador. Depois veremos -- como metatabelas suportam o comportamento do Javascript-prototype. f1 = {a = 1, b = 2} -- Representa uma fração de a/b. f2 = {a = 2, b = 3} -- Isso falharia: -- s = f1 + f2 metafraction = {} function metafraction.__add(f1, f2) sum = {} sum.b = f1.b * f2.b sum.a = f1.a * f2.b + f2.a * f1.b return sum end setmetatable(f1, metafraction) setmetatable(f2, metafraction) s = f1 + f2 -- chama __add(f1, f2) na metatabela de f1 -- f1, f2 não tem chave para sua metatabela, ao contrário de -- prototypes em javascript, então você deve recuperá-lo com -- getmetatable(f1). A metatabela é uma tabela normal -- com chaves que Lua reconhece, como __add. -- Mas a proxima linha irá falhar porque s não tem uma metatabela: -- t = s + s -- O padrão de Classes abaixo consertam esse problema. -- Uma __index em uma metatable sobrecarrega pesquisas de ponto: defaultFavs = {animal = 'gru', food = 'donuts'} myFavs = {food = 'pizza'} setmetatable(myFavs, {__index = defaultFavs}) eatenBy = myFavs.animal -- Funciona! obrigado, metatabela. -- As pesquisas diretas de tabela que falham tentarão pesquisar novamente usando -- o __index da metatabela, e isso é recursivo. -- Um valor de __index também pode ser uma function(tbl, key) -- para pesquisas mais personalizadas. -- Valores do tipo __index,add, .. são chamados de metamétodos. -- Uma lista completa com os metamétodos. -- __add(a, b) para a + b -- __sub(a, b) para a - b -- __mul(a, b) para a * b -- __div(a, b) para a / b -- __mod(a, b) para a % b -- __pow(a, b) para a ^ b -- __unm(a) para -a -- __concat(a, b) para a .. b -- __len(a) para #a -- __eq(a, b) para a == b -- __lt(a, b) para a < b -- __le(a, b) para a <= b -- __index(a, b) para a.b -- __newindex(a, b, c) para a.b = c -- __call(a, ...) para a(...) ---------------------------------------------------- -- 3.2 Tabelas como Classes e sua herança. ---------------------------------------------------- -- Classes não são disseminadas; existem maneiras diferentes -- para fazer isso usando tabelas e metamétodos... -- A explicação para este exemplo está logo abaixo. Dog = {} -- 1. function Dog:new() -- 2. newObj = {sound = 'woof'} -- 3. self.__index = self -- 4. return setmetatable(newObj, self) -- 5. end function Dog:makeSound() -- 6. print('I say ' .. self.sound) end mrDog = Dog:new() -- 7. mrDog:makeSound() -- 'I say woof' -- 8. -- 1. Dog atua como uma classe; mas na verdade, é uma tabela. -- 2. function tablename:fn(...) é a mesma coisa que -- function tablename.fn(self, ...) -- O : apenas adiciona um primeiro argumento chamado self. -- Leia 7 & 8 abaixo para ver como self obtém seu valor. -- 3. newObj será uma instância da classe Dog. -- 4. self = a classe que que foi instanciada. Regularmente -- self = Dog, mas a herança pode mudar isso. -- newObj recebe as funções de self como se tivessimos definido em ambos -- a metatabela de newObj e self __index para self. -- 5. Lembre-se: setmetatable retorna seu primeiro argumento definido. -- 6. O : funciona como em 2, mas desta vez esperamos que -- self seja uma instância já instanciada da classe. -- 7. Igual a Dog.new(Dog), logo self = Dog no new(). -- 8. Igual a mrDog.makeSound(mrDog); self = mrDog. ---------------------------------------------------- -- Heranças exemplos: LoudDog = Dog:new() -- 1. function LoudDog:makeSound() s = self.sound .. ' ' -- 2. print(s .. s .. s) end seymour = LoudDog:new() -- 3. seymour:makeSound() -- 'woof woof woof' -- 4. -- 1. LoudDog recebe os metodos e variáveis de Dog. -- 2. self tem uma chave 'sound' vindo de new(), veja o 3. -- 3. Mesma coisa que LoudDog.new(LoudDog), convertido para -- Dog.new(LoudDog) como LoudDog não tem uma chave 'new', -- mas tem uma chave __index = Dog na sua metatabela o -- resultado será: a metabela de seymour é a LoudDog, e -- LoudDog.__index = LoudDog. Então seymour.key será -- = seymour.key, LoudDog.key, Dog.key,seja qual for a primeira -- chave fornecida. -- 4. A chave 'makeSound' foi encontrada em LoudDog; isto -- é a mesma coisa que LoudDog.makeSound(seymour). -- Se precisar de, uma subclasse de new() como uma base: function LoudDog:new() newObj = {} -- define newObj self.__index = self return setmetatable(newObj, self) end ---------------------------------------------------- -- 4. Módulos. ---------------------------------------------------- --[[ Estou comentando esta seção, então o resto -- desse script é executável. ``` ```lua -- Suponhamos que o arquivo mod.lua se pareça com isso: local M = {} local function sayMyName() print('Hrunkner') end function M.sayHello() print('Why hello there') sayMyName() end return M -- Outro arquivo pode usar as funcionalidades de mod.lua: local mod = require('mod') -- Roda o arquivo mod.lua. -- require é a forma que usamos para incluir módulos. -- require atua como: (se não for cacheado; veja abaixo) local mod = (function () end)() -- É como se mod.lua fosse um corpo de uma função, então -- os locais dentro de mod.lua são invisíveis fora dele. -- Isso irá funcionar porque mod aqui = M dentro de mod.lua: mod.sayHello() -- Diz olá para Hrunkner. -- Isso aqui é errado; sayMyName existe apenas em mod.lua: mod.sayMyName() -- erro -- valores retornados de require são armazenados em cache para que um arquivo seja -- execute no máximo uma vez, mesmo quando é exigidos várias vezes. -- Suponhamos que mod2.lua contém "print('Hi!')". local a = require('mod2') -- Imprime Hi! local b = require('mod2') -- Não imprime;pois a=b. -- dofile é parecido com require, porém sem cacheamento: dofile('mod2.lua') --> Hi! dofile('mod2.lua') --> Hi! (roda novamente) -- loadfile carrega um arquivo lua, porém não o executa. f = loadfile('mod2.lua') -- Chame f() para executar. -- loadstring é um loadfile para strings. g = loadstring('print(343)') -- Retorna uma função. g() -- Imprime 343; nada foi impresso antes disso. --]] ``` ## Referências Fiquei bastante animado para aprender Lua pois consegui fazer jogos com a [LÖVE engine de jogos](http://love2d.org/). Eu comecei com [BlackBulletIV's para programadores LUA](http://nova-fusion.com/2012/08/27/lua-for-programmers-part-1/). Em seguida, eu li a documentação oficial [Programando em Lua](https://www.lua.org/manual/5.1/pt/index.html#contents). É assim que se começa. Pode ser útil conferir [Uma pequena referencia sobre LUA](http://lua-users.org/files/wiki_insecure/users/thomasl/luarefv51.pdf) em lua-users.org. Os principais tópicos não cobertos, são as bibliotecas padrões: - [Biblioteca de strings](http://lua-users.org/wiki/StringLibraryTutorial) - [Biblioteca de tabelas](http://lua-users.org/wiki/TableLibraryTutorial) - [Biblioteca de matemática](http://lua-users.org/wiki/MathLibraryTutorial) - [Biblioteca de entrada/saída](http://lua-users.org/wiki/IoLibraryTutorial) - [Biblioteca do sistema operacional](http://lua-users.org/wiki/OsLibraryTutorial) A propósito, todo este arquivo é um código LUA válido, salve-o como aprenda.lua e rode-o com "`lua aprenda.lua`" ! Este guia foi escrito pela primeira vez por tylerneylon.com, e agora também disponível em [GitHub gist](https://gist.github.com/tylerneylon/5853042). E também em português. Se divirta com lua